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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A BRUXA DESASTRADA

Cada vez que a bruxa Cartuxa pegava na sua vassoura para sair, todas as outras bruxas se escondiam. É que Cartuxa era a bruxa mais desastrada que já tinham conhecido. Ela era o desastre em forma de bruxa. Quando tentava levantar voo acertava sempre na árvore mais próxima, quando conduzia a sua vassoura, chocava sempre com as outras bruxas que voavam nas suas vassouras, provocando grandes congestionamentos no trânsito bruxilíneo. Nem os pássaros que voavam despreocupadamente lhe escapavam. Levava sempre com ela pelo menos uma dúzia de penas que lhes arrancava. Nem as nuvens lhe escapavam, originando grandes chuvadas de cada vez que as furava. E na maior parte das vezes, em vez da sua varinha mágica, o que ela agarrava era em vulgares paus. Transformou príncipes em lagartas e sapos em couves. Castelos encantados passaram a jardins zoológicos, árvores passaram a espantalhos, gnomos passaram a gigantes, até a sua irmã orgulhosa da sua fealdade, foi transformada nua boneca de caracóis loiros. Preocupadas e já fartas de toda esta situação, as bruxas reuniram-se em conselho e chamaram o mago das bruxas para que lhes arranjasse uma solução. Depois do mago ter examinado demoradamente Cartuxa, logo ali, com um toque da sua varinha mágica resolveu o problema. E nos olhos de Cartuxa apareceu um par de óculos bem grandes que fez com que começasse a ver o mundo com outros olhos. E a sua primeira reacção foi dizer às outras bruxas o quanto horripilantes elas eram, pelo que foi muito aplaudida. A partir daí, nunca mais trocou a sua varinha mágica, acertava em todos os feitiços que fazia, embora as outras bruxas e os pássaros se continuassem a desviar à sua passagem. É que cartuxa conduzia a sua vassoura em excesso de velocidade.

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